O Ministério Público gaúcho ingressou na Justiça com um pedido de medida protetiva para a criança de três anos que foi carregada no colo pelo pai em meio à invasão de campo após a partida entre Inter e Caxias pelo Campeonato Gaúcho. A ação foi enviada ao poder judiciário nesta segunda-feira (27), um dia após o ocorrido. Se o pedido for aceito, o homem de 33 anos poderá ficar sem ver a criança.
Conforme documento assinado pelo promotor João Paulo Fontoura de Medeiros, com atribuição na Infância e Juventude em Canoas, onde moram os envolvidos, ao colocar a filha no colo em meio à confusão, ele a expôs em uma situação de “extremo risco de ser agredida e lesionada”. Após a derrota do seu time, o indivíduo entrou no gramado do estádio Beira-Rio com a menina entre os braços e agrediu o lateral Dudu Mandai, do time da Serra, além do cinegrafista da RBS TV Gabriel Bolfoni.
Fontoura pede ainda que a criança seja deixada sob os cuidados de um outro familiar ou por uma instituição de acolhimento. É solicitada também a realização de uma avaliação técnica, além de uma audiência com os pais e a avó materna junto ao Conselho Tutelar e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) para orientar os cuidados que se deve ter com a filha. No âmbito da promotoria do torcedor, o caso ainda é analisado pelo MP.
O torcedor prestou depoimento à polícia nesta segunda. Após a oitiva, sua advogada, Taiane Paixão, afirmou que ele tinha a intenção de “proteger a filha”, pois estaria com “medo do que estava acontecendo na arquibancada”. Ele é alvo de dois inquéritos policiais, um deles por submeter a filha a vexame e constrangimento, ferindo o artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e outro por lesão corporal contra o repórter da RBS TV.
Uma entrevista coletiva está marcada para a manhã desta terça-feira (28) com a delegada Sabrina Teixeira, da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca). A expectativa é que seja detalhado o que foi dito pelo torcedor durante o depoimento.
GAÚCHA ZH